Com o Samba da Pedreira, a maré está sempre para peixe

Dica para o fim de expediente: Roda Samba na Pedreira no Beco das Sardinhas

Quarta-feira chuvosa, chego ao famoso “Beco das Sardinhas”, na Rua Miguel Couto, centro do Rio. Quatro bares vendem o petisco, mas o meu destino era certo: o “Rei dos Frangos Marítimos”. A roda do Samba da Pedreira, que seria na varanda do bar, começa do lado de dentro por conta da chuva que insiste em gotejar através do toldo azul.

Peço um chope e um “frango” – nome que no Beco significa uma sardinha frita. O garçom avisa: “Duvido que você coma uma só. Vou te trazer duas”. Ele acerta em cheio. Feitas na hora, sequinhas por fora e suculentas por dentro, devoro as duas em segundos. Deliciosas. Os amigos Tecão, Flávia Uva, Dedê, Claudia chegam, se aboletam nas mesas, pedem mais “frangos marítimos”. Tudo chega rápido e gostoso.

O samba começa. Cartola, Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc e a voz de Flávia Uvah se destaca no coro. Gabriel, Alexandre, Thaís e todos os demais músicos do Samba da Pedreira estão inspirados.

Eu peço bolinho de bacalhau. Claudia agarra uma caipivodka. Dedê, produtora musical em São Paulo, choraminga sua volta a “terra da garoa” naquela mesma noite. Mais chopes. Foto para o Facebook. Salta um Jurandir da Mangueira: “Minha companheira foi embora/A solidão veio comigo morar…” Os frequentadores cantam alto.

Eliane Duarte, filha do grande Mauro Duarte, chega com o marido. Trocamos um abraço caloroso, já que não nos víamos há tempos. Agora é a vez de Silas Oliveira. “Passava noite, vinha dia/O sangue do negro corria…” Um dos garçons para para olhar a roda e cantarola, olhos marejados.

Esse é o meu Rio <3

Formado por Gabriel Bueno no cavaco e bandolim, Lucas Martins no cavaco, Rodrigo Davi no pandeiro, Higor Cabral no violão, Thais Façanha na percussão, Alexandre no surdo, Vinicius e Marcelo no tamborim, Bruno e Henrique na percussão e Paulo Lage no violão 7 cordas, o Samba da Pedreira acontece quinzenalmente às quartas-feiras, a partir das 18h, no Beco das Sardinhas.

Por Eugenia Rodrigues